A forma como as pessoas compram online está mudando, de novo. E, dessa vez, a transformação tem um nome claro: TikTok Shop. Se há alguns anos o e-commerce se consolidou como uma extensão das vitrines físicas, agora ele se insere dentro do conteúdo. Pois, o TikTok, que já era um dos maiores canais de descoberta de produtos, quer também fechar a venda, sem que o usuário precise sair da plataforma. Tudo isso de forma fluida, integrada e pensada para o comportamento de quem consome entretenimento em tempo real.

Podemos dizer que essa fusão entre conteúdo e comércio inaugura um novo modelo de jornada de compra. Já que não se trata mais de buscar por um produto, mas de encontrá-lo no meio do scroll. E, claro, isso exige uma nova mentalidade das marcas. Falaremos mais sobre isso ao longo do texto, acompanhe!

O que é o TikTok Shop e por que ele importa?

O TikTok Shop é a funcionalidade de compras integrada à plataforma que permite que os usuários adquiram produtos sem sair do app, transformando o entretenimento em vendas com poucos cliques. O Santander estima que a plataforma movimente R$39 bilhões no Brasil até 2028, o que representa entre 5% e 9% do total do e-commerce local. 

A proposta vai além de adicionar uma loja ao aplicativo. A ideia é unir conteúdo e comércio, oferecendo uma experiência de compra fluida, intuitiva e totalmente baseada no comportamento do usuário dentro da rede. Dessa forma, ao invés de buscar ativamente por um item, o consumidor se depara com ele no feed, durante uma live ou ao visitar o perfil de uma marca. É o que chamamos de discovery commerce: a compra que nasce da descoberta, não da intenção.

Outro ponto importante: criadores de conteúdo que participarem da funcionalidade podem ser comissionados pelas vendas geradas a partir de seus vídeos ou transmissões ao vivo. Isso significa que o TikTok Shop não é só um novo canal de vendas, mas também um novo modelo de monetização para influencers e, consequentemente, uma nova vitrine para marcas.

A nova jornada do consumidor: do scroll à compra

Imagine abrir o TikTok para ver um vídeo engraçado, encontrar uma dica de skincare e, sem perceber, finalizar uma compra, tudo isso em poucos minutos, sem sair do app. Essa é a nova jornada do consumidor, impulsionada pelo que o mercado tem chamado de shoppertainment, ou seja, a fusão entre consumo e entretenimento.

Diferente de plataformas como Amazon ou Mercado Livre, onde o usuário entra com um objetivo claro de compra, o TikTok inverte essa lógica. Aqui, a compra acontece sem ser planejada. Por isso, esse modelo transforma a lógica tradicional do e-commerce. 

Nesse novo cenário, marcas que quiserem se destacar precisam entender que não basta estar presente. É preciso criar conteúdo que venda sem parecer venda, que informe sem parecer anúncio, e que entre no ritmo da audiência.

Principais impactos do TikTok Shop para marcas

A chegada do TikTok Shop ao Brasil marca um novo capítulo para marcas que atuam no digital. Mais do que simplesmente “estar na plataforma”, agora é preciso entender o contexto e participar ativamente da conversa, com estratégia, relevância e conversão.

Desse modo, a presença digital, por si só, já não basta. É preciso estar onde o consumidor está e saber como ele consome. Além disso, marcas que ingressarem na plataforma terão acesso a uma audiência expressiva, uma vez que são mais de 100 milhões de brasileiros que utilizam a rede social. Dentro desse novo modelo, marcas que desejam explorar o TikTok Shop com inteligência estão apostando em três frentes principais: 

• Testes com criadores de diferentes portes;
• Vídeos shoppables (conteúdos que já direcionam à compra);
• Transmissões ao vivo. 

Essas estratégias aproximam o público da marca de maneira natural, ao mesmo tempo em que encurtam o caminho entre atenção e conversão.

Onda entre os influenciadores e creators?

A força dos influenciadores nesse cenário é decisiva. Segundo dados recentes, mais de 60% dos consumidores afirmam que já compraram algo após recomendação de um criador de conteúdo. O TikTok potencializa esse comportamento com a oferta de programas de afiliados, que permitem aos creators monetizarem diretamente suas indicações.

Mais do que promover, esses criadores são vistos como parte da comunidade. Eles falam a mesma linguagem da audiência, geram identificação e estabelecem confiança, dois elementos-chave na tomada de decisão de compra.

O futuro do e-commerce

O e-commerce não é mais um destino. Ele acontece no meio do caminho, entre um vídeo de rotina, uma trend de skincare ou uma live de perguntas e respostas. A jornada de compra se tornou fluida, espontânea e, muitas vezes, invisível aos olhos das estratégias tradicionais.

Por isso, a grande pergunta que marcas e profissionais precisam se fazer agora é: sua marca está pronta para vender onde o consumidor se entretém? O e-commerce do futuro não é só sobre cliques e carrinhos. É sobre conversas, conexões e conteúdo que, de forma orgânica, também converte.